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Dia 25 de abril : a liberdade de expressão e o fim da guerra

 


    Créditos da fotografia: © Alfredo Cunha "Uma criança junto de um soldado celebram o Dia da Liberdade", 25/4/1974


     No interessante artigo da VISÃO JÚNIOR publicado no texto anterior deste blogue e no Facebook da biblioteca escolar, através das memórias daqueles que viveram a data e também na disciplina de História, no 9.º ano, todos os jovens poderão conhecer a viragem trazida pelo dia 25 de abril de 1974.

 

     A liberdade de expressão, a muitos dos mais novos pouco dirá, pois nasceram em tempos mais tardios: já cresceram numa época em que qualquer cidadão poderá

expressar-se em consciência,  sem que isso seja considerado motivo de perseguição, mas um dever de cada pessoa no exercício da Cidadania.

 

     Quanto à Guerra Colonial Portuguesa  (1961-1974) em que muitos jovens tiveram de participar, durante o Estado Novo , a alguns deixou consequências como a própria vida, marcas físicas  ou perturbações psicológicas prolongadas no tempo. A data que hoje celebramos permitiu que voltássemos a viver em paz e, só por isso, merece ser celebrada.

 

     Antes de abril de 74 apareciam, na TV, as imagens de despedida dos jovens soldados, que partiam de navio e deixavam os pais e todos os seus mais próximos inconsoláveis. As embarcações afastavam-se, enquanto os pais, procurando manter a coragem, acenavam, do cais,  com lenços brancos. Muitos de nós guardamos a imagem na memória e alegramo-nos por serem estes instantâneos, fragmentos do passado. Não existem bens mais preciosos do que a paz, a vida, a integridade física,  a par de podermos dar a nossa opinião sem qualquer castigo ou risco de prisão.



     Créditos da fotografia: arquivos do jornal "O Século": "pais despedem-se de filho que parte para a Guerra Colonial"

 

     Quando, na madrugada deste dia, os militares puseram fim à obrigatoriedade da guerra, muitos artistas – também eles perseguidos pela opinião que manifestavam - ,  comemoraram a data através da expressão plástica e da escrita. Alguns saíram, dias depois, da prisão onde se encontravam, por não concordarem com situações que se viviam na época.


    Deixamos o belíssimo poema de Sophia de Mello Breyner Andresen, que celebra esta data, a do Dia da Liberdade ou da Revolução dos Cravos, uma mudança conseguida no nosso país sem derramamento de sangue.

 

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
.

Sophia de Mello Breyner Andresen

 

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