Pensemos num país no qual, em 1925, cerca de metade da população trabalhava na agricultura. Lisboa e Porto fugiam à norma no tocante à industrialização, seguindo-se-lhes Aveiro, Braga e Setúbal.
Pensemos ainda num país no qual o desenvolvimento de grandes unidades industriais teve lugar no Barreiro (CUF), em Leiria (cimenteira) e em diversas cidades com a indústria conserveira, o fabrico de cerveja, a produção de massas alimentícias ...
As nossas unidades industriais eram, em 1914, quase todas de pequeno e médio porte e o trabalho infantil afastava milhares de crianças da escola.
A fuga ao cumprimento da escolaridade abrangeu sobretudo o sexo feminino e era deficitária a distribuição de escolas. Com a Primeira República, assistiu-se ao movimento privado das escolas móveis pelo método de João de Deus.
Em 1910, não existia Ministério da Educação. A República, em 1911, apresentou uma reforma muito contestada para o ensino primário.
É neste contexto que se destacam figuras preocupadas com a instrução e o progresso.
Domingos José de Morais, entre outros, é um exemplo a destacar pela dedicação à instrução infantil. Filantropo republicano, patrocinou obras de cariz social pelo país , com destaque para a escola que, em Sintra, tem o seu nome. O edifício, iniciado no último período da monarquia e concluído em 1910, ficou associado à causa republicana, tendo Morais doado as instalações à administração municipal. Nesta escola, foi constituída uma banda de música denominada a “Banda da Escola do Morais”.
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